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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Um pequeno passo para o Palmeiras, um gigantesco salto para Leila Pereira

Por Mauro Ruy de Almeida

O Conselho Deliberativo do Palmeiras aprovou, na noite da última segunda-feira (21), uma importante mudança no estatuto do clube: a alteração na duração do mandato de presidente, que era de dois anos passará a ser de três, a partir da próxima eleição, que ocorrerá em novembro deste ano. Assim, o próximo presidente ocupará o cargo no triênio de 2019 a 2021. A alteração ainda está sujeita à aprovação em assembleia dos sócios, contudo, a tendência é que seja ratificada.

Foto: César Greco / Palmeiras
Esta mudança é uma demanda antiga de diversas correntes políticas do Palmeiras, que entendiam que o prazo atual era muito curto para que um presidente pudesse desenvolver todos os seus projetos, além da constante efervescência política nas alamedas palestrinas, afinal ano sim, ano não, o clube estava em período eleitoral. Apesar disso, tal proposta seguiu engavetada por longos anos, indo para apreciação pelo conselho apenas agora em 2018, indicando um eventual casuísmo na votação.

Entendo que a mudança de dois para três anos, por si só, tem aspectos bastante positivos para o clube, como a já citada redução na efervescência eleitoral e o maior prazo para execução das propostas apresentadas em campanha. No entanto, acredito que deveria valer a partir de 2020, tendo em vista que estamos a aproximadamente seis meses das eleições deste ano, e mudanças desta proporção acabariam por alterar as regras do jogo em uma data muito próxima à qual será realizado o pleito. Para efeitos de comparação, a própria Legislação Brasileira, no que tange as eleições aos cargos do legislativo e executivo, estabelece vários itens que caso sofram alterações, tais mudanças devem ocorrer no prazo superior a um ano antes da data da eleição. Assim, qualquer modificação que venha a ocorrer na legislação eleitoral, no prazo inferior a um ano, não possui validade para a eleição que está por vir.

Voltando ao Palmeiras, o fato é que a aprovação da alteração estatutária acaba por beneficiar diretamente o grupo político que, atualmente, comanda a diretoria do clube, mais especificamente Maurício Galiotte e Leila Pereira. O atual presidente, que deve pleitear a reeleição em novembro, se beneficiaria ao desenvolver um segundo mandato com um ano a mais que o previsto inicialmente, enquanto que a presidente da atual patrocinadora do Palmeiras, que se tornou conselheira em fevereiro de 2017, estaria apta a se candidatar ao cargo mais importante nas próximas eleições, tendo em vista que o estatuto estabelece a necessidade de cumprir dois mandatos como conselheiro para poder se candidatar à presidência do clube, pré-requisito que ela atingiria em fevereiro de 2021. Em termos práticos, a alteração acaba por antecipar, em um ano, uma eventual candidatura de Leila Pereira à presidência, e mais do que isso, abre a possibilidade de Maurício Galiotte, caso seja reeleito no fim desse ano, poder fazer de Leila sua imediata e natural sucessora.

Dessa forma, considerando todos os aspectos, o Conselho Deliberativo acabou por tomar uma importante decisão do ponto de vista de gestão, mas expôs ao clube um grande risco, uma vez que retirou obstáculos e acelerou o processo da iminente chegada à presidência do clube daquela que é a presidente do grupo “Crefisa/Fam” que patrocina o Palmeiras atualmente.

Sem dúvidas, muita coisa pode acontecer nos próximos três anos, mas, ainda assim, a eventual simbiose Palmeiras/Crefisa já causa preocupações a todos aqueles que querem o bem do clube. Primeiro por termos inúmeros casos de parcerias em que os clubes acabaram cooptados pelo poder financeiro dos patrocinadores. A relação Fluminense/Unimed talvez seja o caso mais recente, sendo que, no momento em que o patrocinador se retira do clube, o passivo é assombroso, especialmente pela dependência a qual o clube acaba se sujeitando durante o período da parceria; segundo por alçar ao posto mais alto de nossa diretoria um “meteoro” que pouco conhece da política do clube (e provavelmente da história também), além de termos, a caneta e o dinheiro sendo operados pela mesma pessoa, algo bem distante da profissionalização que sempre sonhamos, e processo pelo qual passamos com significativo sucesso no quadriênio 2013 a 2016, este sim o principal responsável pela recuperação do Palmeiras no cenário brasileiro.

Por fim, resta a nós palestrinos, acompanhar os próximos passos dessa história, pois precisamos ter um Palmeiras cada vez mais forte, profissionalizado e com as suas fontes de receitas bem distribuídas, ao passo que também precisamos que o grupo Crefisa/Fam continue crescendo cada dia mais para continuar efetuando seus investimentos. Acima de tudo, devemos vigiar os desdobramentos focando e torcendo sempre para aquilo que for o melhor para o clube no longo prazo e não apenas a curto prazo, quando podemos acabar sendo, efetivamente, beneficiados pelas vultosas e sucessivas injeções de recursos, mas que podem acabar custando caro ao futuro do maior campeão do Brasil.

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