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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Chapecoense: O Renascimento do Índio Guerreiro

Por Heyvson Brito

Créditos: Reprodução sobre foto de Allan Pedro/Getty Images

Apita o árbitro, começa o jogo no Allianz Parque... Nesse momento, milhões de corações alviverdes pulsavam em um ritmo acelerado. A emoção estava à flor da pele. Um sopro de ansiedade ao pé do ouvido. O ensaio de um grito entalado na garganta desde 95. Os velhos rituais na nova casa, as meias brancas, amuletos de outra era, contrastavam com o verde da esperança. O jogo não seria fácil, mas se fosse fácil não seria Palmeiras. Estávamos em mais uma decisão de campeonato, dessa vez, na busca pelo nono título brasileiro. A Família Palmeiras estava reunida. À torcida que canta e vibra, estava chegando a hora e não poderia terminar em pizza como em 97. O tão sonhado título estava prestes a virar realidade, mas ainda faltavam 90 minutos para, de fato, ser campeão!

Na tarde de 27 de Novembro de 2016, o gigante Allianz Parque ficou pequeno. No estádio, milhares de palestrinos faziam uma imponente festa, cantavam e vibravam sem parar. O relógio apontava 16h. Estava a começar o grande duelo de alviverdes, de um lado a tradicionalíssima Sociedade Esportiva Palmeiras e do outro a sensação Chapecoense, finalista da Copa Sul-americana. Um embate digno de uma decisão. 1 a 0, vitória palestrina. O árbitro apontou o centro de campo, final de jogo. Palmeiras campeão. Chapecoense guerreira. Uma festa em verde e branco. Vinte e dois anos de espera, esse foi o tempo que a torcida palmeirense esperou para ecoar novamente o grito de campeão brasileiro. Pintamos o Brasil de verde e branco, porém, mal sabíamos que dois dias depois da tão esperada conquista, o verde perderia a cor. O brilho do título ficaria fosco. A euforia daria lugar a tristeza e ao luto.

Na madrugada de 29 de Novembro de 2016, a aeronave 2933 da LaMia, que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia, sofreu um acidente em solo boliviano. Uma tragédia sem precedentes no esporte brasileiro e que resultou em 71 vítimas entre jornalistas, comissão técnica, dirigentes e jogadores que representariam a equipe brasileira na inédita decisão da Copa Sul-americana contra o Atlético Nacional. A tragédia deixou marcas e feridas abertas na alma daqueles que perderam seus entes queridos. As rivalidades entre torcedores, tão expressivas  no futebol, foram, por um momento, jogadas para escanteio. Naquele exato momento, éramos todos Chape, vestíamos as mesmas cores, hasteávamos a mesma bandeira, mas o verde nunca foi tão cinza.


Créditos: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras/ Divulgação

O ano de 2017 foi marcado pelo renascimento da Associação Chapecoense de Futebol. O marco inicial da reconstrução não poderia ser em um local mais apropriado e contra um adversário melhor. Foi na Arena Condá, contra a Sociedade Esportiva Palmeiras e o confronto acabou em 2 a 2. O índio guerreiro de Chapecó estava ferido, mas provou que, em momento algum, se deu por vencido. Veio o campeonato catarinense, a primeira grande batalha. A Chapecoense, mais uma vez, mostrou a sua força de campeão. Conquistou o bicampeonato estadual, o sexto título catarinense da sua história, com uma campanha formidável. Melhor ataque e melhor defesa da competição, um título para concretizar o retorno da Chape. Além do estadual, o clube disputou memoráveis amistosos contra o Barcelona na Espanha, Roma na Itália, o Lyon na França e mais sete competições, com destaque para a inédita participação na Copa Libertadores da América. Atualmente, a Chapecoense faz uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, cresceu na reta final e  disputa uma vaga na Libertadores do próximo ano.

O Verdão do Oeste é um exemplo de luta e superação, um clube que, mesmo diante dos traumas provenientes de uma tragédia, não desistiu de lutar e seguir adiante, prova de que o espírito do Índio Guerreiro da Arena Condá continua presente. Os heróis de 2016 seguem vivos na lembrança dos alviverdes.  Jamais serão esquecidos, mas o renascimento da Chapecoense nos mostra que o clube respeita o passado e trabalha arduamente no presente com a perspectiva de conquistar títulos no futuro, o que será um presente merecido para a sua apaixonada torcida.

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