Você sabe, já te contei, que esse abraço que o Jailson te deu e milhões
demos em vocês dois no enea já me tirou do ar algumas vezes em rádio e TV.
Já me tirou o ar várias vezes.
A foto do ano passado da sua renovação, na frente da frase do meu pai na
Academia, não foi só o nosso deca revivido. Foi como se fosse a minha volta
olÃmpica no Pacaembu em 1960 e 1967, Maracanã em 1967 mais uma vez, Morumbi em
1969, 1972-73 e 1993, Pacaembu em 1994, Allianz Parque 2016, São Januário –
onde você também foi campeão – em 2018.
A carreira não é eterna. Mas você ternamente virou dos nossos. O
Palmeiras que por 18 anos não comprou goleiro foi te buscar no Vasco. Comprou o
cara que segurou a bronca na B em 2013 e evitou outra B em 2014. O que defendeu
os pênaltis e bateu o pênalti em 2015. O que se quebrou pelo Brasil olÃmpico
para retornar como milagre pra dar a volta olÃmpica do Brasileirão em 2016. A
referência de campo e reverência de banco nos últimos tempos.
Prass não só nos defendeu como goleiro ainda melhor do que era. Fernando
defende a categoria de atletas com classe. Fernando é um cara inatacável.
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Foto: Agência Palmeiras/Divulgação |
E se vierem pra cima, ele sai como agora. Por cima. Pelo alto.
Oberdan Cattani foi informado em 1954 para que passasse na sala da
diretoria e pegasse o passe livre dele depois de dois anos como Palestra e mais
12 como Palmeiras.
Fernando Prass não foi assim. Mas também não precisava ser assim. Fará
falta defendendo em campo. Fará falta orientando no banco. Fará falta como
jamais se ausentou em nome do Palmeiras que, como todo clube ou empresa, nem
sempre sabe como dizer até breve. Quase sempre fala adeus. Ou nem fala nada.
Pessoas mais do que goleiros como Fernando Prass merecem mais do que
consideração e carinho. Os milhões que por ele torceram e ainda torcerão
independente da camisa que honrar também merecem mais do que satisfação.
Quem sabe (ou não) o que faz é quem contrata e quem treina. Dever
respeitar. Desde que haja o mesmo respeito por quem só soube respeitar.
A decisão tomada pelo Palmeiras não é fácil. Nunca será. Mas depois de
fechar rua, aumentar ingresso, afastar sua gente, demitir quem é da gente,
trazer quem a gente não quer, manter quem a gente não queria, não renovar em
nome da renovação um clássico tão comprometido e compromissado, de boa, para
não dizer de péssima, já não assusta.
Boa sorte, Prass. Nós vamos continuar te abraçando. Ótima sorte,
Palmeiras. Estamos precisando.
"Acabou, Petros"! Mas vai durar pra sempre, Prass.
Elias?! Prass! Lucca na bola, Prass nela. Fluminense? Palmeiras! Santos?
Prass por todos os palmeirenses.
Foram 15 pênaltis defendidos. Um marcado. O segundo pênalti marcado que
nos deu diretamente um tÃtulo. O primeiro depois de Evair em 1993.
Substituir Marcão não é fácil. Pegar o Palmeiras pelas mãos como você o
carregou, menos ainda. Dores de cotovelos são sinônimos de inveja. Para nós as
suas foram dores de amor pelo ofÃcio e pelo nosso credo.
Obrigado mais do que parabéns.
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