Por Bruno Alexandre Elias
O
goleiro Fernando Prass, de 41 anos, atendeu a imprensa no início da tarde desta
terça-feira (10) e se despediu oficialmente do Alviverde após sete anos – Prass
foi contratado em 13/12/2012 e passou a atuar no time desde 2013. Antes de a
entrevista começar, o goleiro recebeu das mãos do presidente Maurício Galiotte
uma placa em homenagem aos serviços prestados e também uma camisa emoldurada
com o número 1 (sua camisa no Alviverde).
Na entrevista, o goleiro demonstrou seu
profundo carinho pela agremiação esmeraldina e esclareceu que compreende a
posição do clube em optar pela não renovação de seu vínculo – o contrato do
arqueiro se encerra em 31/12/2019. “Se for por gratidão, por história e
respeito, acho que isso não é o que leva um jogador a renovar o contrato ou a
ficar no clube. Isso é muito bonito, mas o que faz o jogador continuar é o
desempenho. Na minha análise, dentro de campo, eu correspondi. O Palmeiras tem
um planejamento e, em minha avaliação, a minha situação de ficar ou não no
Palmeiras foi muito mais administrativa do que propriamente técnica”, declarou
o ídolo.
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Foto: Agência Palmeiras/Divulgação |
O eterno camisa 1 palmeirense relembrou
momentos de glórias vividos com o manto palestrino, como os da conquista a Copa
do Brasil de 2015 e os Brasileiros de 2016 e de 2018. Na Copa do Brasil de
2015, aliás, Prass foi o grande artífice da conquista, defendendo penalidade na
disputa por penais diante do Santos, na decisão, e marcando o gol que deu a
taça ao Verdão.
Também foi destacado pelo goleiro, em sua
entrevista, o fato de sua chegada ter coincidido com um momento de reconstrução
do Palmeiras: o Maior Campeão do Brasil disputava a Série B do Campeonato
Brasileiro em 2013 e estava impossibilitado de jogar em sua casa, o Estádio
Palestra Italia (que passava por uma grande reforma que culminaria na arena
mais moderna do Brasil, o Allianz Parque, inagurada em 2014); além disso, a equipe
quase amargou um rebaixamento em 2014 – o time escapou na última rodada do
Brasileiro. Vale lembrar que, à época, a estrutura do centro de treinamento do
Verdão também não era nem sombra do que é na atualidade.
Por
essas e outras, o eterno guarda-metas pode considerado uma espécie de símbolo
dessa reconstrução do Verdão. “O momento mais marcante foi, sem dúvida nenhuma,
não só o pênalti, mas aquela final com o Santos. Quem vê só o jogo não entende
o contexto... O contexto vem desde 2014, um ano em que tivemos muita
dificuldade e uma rivalidade que se criou com o Santos. O título de 2015 (que
valeu o título da Copa do Brasil), o jogo de 2016 (contra a Chapecoense, que
valeu o título brasileiro), em que entro no lugar do Jailson depois de ter
quebrado o cotovelo. E o momento mais difícil foi em 2014, sem dúvida nenhuma.
Eu quebrei o cotovelo em jogo contra o Flamengo, na quarta rodada, e tive
dificuldade pra voltar. Aquele momento foi o mais difícil, tanto pelo momento
do clube como a dificuldade que eu tinha para poder treinar e jogar”, esses
foram alguns momentos listados por Fernando Prass dentro de uma breve
retrospectiva dentre os episódios que mais marcaram sua passagem no Maior
Campeão do Brasil.
“Aqui (no Palmeiras) não tem meio termo
e, nesses anos, ficou provado isso. Existem as oscilações dentro do período, de
vitórias, de derrotas e de cobrança. Então posso dizer que eu vivi também o
oito ou oitenta na estruturação do clube. Peguei o clube em uma situação estrutural
e financeira ruim e saio agora com o clube numa situação muito boa”, completou
Prass.
MAIS
SOBRE PRASS NO VERDÃO
Ao todo, foram 274 jogos, muitos momentos
marcantes e um feito inédito nos 105 anos de clube: nunca um título alviverde
havia sido conquistado com um gol de goleiro até a Copa do Brasil de 2015,
quando o camisa 1 cobrou a última penalidade contra o Santos e garantiu a
primeira taça da história do Allianz Parque.
Primeiro goleiro contratado pelo
Palmeiras desde o paraguaio Gato Fernández em 1994, Prass chegou ao Palestra
Italia em 13 de dezembro de 2012. Iniciou o ano de 2013 como titular, sendo um
dos pilares do time na volta para a Série A do Campeonato Brasileiro, e seguiu
como dono da meta palmeirense em 2014. A consagração veio em 2015, quando foi
um dos grandes destaques na conquista da Copa do Brasil e se consolidou como o
símbolo da reconstrução alviverde.
Convocado para os Jogos Olímpicos de
2016, no Rio de Janeiro, sofreu uma grave lesão no cotovelo e, além de perder a
chance de conquistar a medalha de ouro com a Seleção Brasileira, cedeu seu
posto no Palmeiras a Jailson. Na partida que garantiu o eneacampeonato
brasileiro ao Verdão, entrou em campo nos minutos finais e pôde sentir o
gostinho de levantar mais um troféu pelo clube que aprendeu a amar.
Em 2018, perdeu espaço com a chegada de
Weverton, justamente seu substituto nas Olimpíadas do Rio. Não por isso abaixou
a cabeça. Ao contrário, continuou treinando com ainda mais afinco (inclusive
nos próprios dias de jogos) e sempre esteve em plena forma à disposição da
comissão técnica. Ao final do ano, comemorou mais um título brasileiro, o
terceiro troféu nacional pelo clube.
Prass se despede do Palmeiras como o
oitavo goleiro com mais partidas pelo clube na história (atrás apenas de Leão,
Marcos, Valdir de Morais, Velloso, Oberdan, Sérgio e Gilmar) e o segundo que
mais atuou no século (atrás apenas de Marcos, com 392). No total de atletas que
mais vestiram a camisa alviverde, ocupa a 39ª posição.
Ficha Técnica
Nome: Fernando Büttenbender Prass
Posição: Goleiro
Naturalidade: Porto Alegre/RS
Nascimento: 09/07/1978
Altura: 1.91m
Camisa: 1
Jogos: 274
Posição: Goleiro
Naturalidade: Porto Alegre/RS
Nascimento: 09/07/1978
Altura: 1.91m
Camisa: 1
Jogos: 274
Clubes: Grêmio (1998-99), Francana-SP
(2000), Vila Nova-GO (2001), Grêmio (2001), Coritiba (2002-05), União de
Leiria-POR (2005-08), Vasco da Gama (2009-12) e Palmeiras (2012 a 2019)
Títulos: Campeonato
Gaúcho e Copa Sul (1999), Campeonato Goiano (2001), Campeonato Paranaense
(2004), Campeonato Brasileiro Série B (2009 e 2013), Copa do Brasil (2011 e
2015) e Campeonato Brasileiro (2016 e 2018)
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