Ao
olhar para o ano de 2017, certamente, o palmeirense tem um sentimento de
decepção e insatisfação pelos resultados muito aquém do esperado. Ninguém
poderia imaginar que o Campeão Brasileiro de 2016, ainda mais reforçado, iria
passar o último ano sem levantar um troféu sequer. Mas essa foi a nossa
realidade! Três eliminações nas competições mata-mata e um vice-campeonato
brasileiro sem qualquer motivo para celebração.
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Créditos: Tossiro Neto / Globoesporte.com |
No
entanto, algumas lições ficaram para que alguns erros não se repitam neste novo
ano. Posso elencar três situações que virão a ser decisivas para os nossos
resultados neste 2018 que se inicia:
1)
A definição do técnico: diferentemente do que ocorreu, visando a temporada
2018, a escolha do técnico na virada de 2016 para 2017 foi tardia. O clube
acreditava na permanência do Cuca ao contrário do que o próprio treinador
afirmava, e mostrou-se equivocado por escolher um técnico com um estilo
completamente oposto ao do anterior.
Eduardo Baptista acreditava num esquema de transição difícil de ser
implantado àquele elenco e carregava dois fardos muito pesados: a "natural"
sombra do antecessor campeão brasileiro e o sobrenome Baptista, do qual o
torcedor palmeirense não guarda boas recordações. Afinal, seu pai e também
treinador, Nelsinho Baptista, não deixou muitas saudades pelos lados da
Turiassú.
2) A falta de alguém com respaldo interno pra
coordenar um grupo com personalidades tão distintas: nitidamente, esse foi um
problema que acompanhou o Palmeiras especialmente nos últimos meses. A ausência
de uma pessoa com personalidade, conhecimento de vestiário e principalmente
respeito dos jogadores para assegurar um grupo coeso e caminhando juntos pelos
objetivos do grupo. A manutenção do Zé Roberto nessa função sinaliza que a
própria diretoria detectou esse problema e buscou uma forma de solucionar para
que tal erro não se repita.
3)
Uma ansiedade além da conta do torcedor: sim, também temos nossa parcela de
culpa nessa história. Com o título brasileiro e os reforços que foram
contratados, era natural que a expectativa por títulos aumentasse, mas não
poderia ser da forma como ocorreu. Aceitar a condição de favorito era parte do
jogo, mas transformar isso em obrigação em um esporte tão sujeito a imprevistos
como o futebol não foi positivo e nem faz parte da nossa história.
Aparentemente, esse sentimento parece um pouco mais controlado para o ano que
se inicia.
Além
das lições acima, 2017 nos trouxe algumas ótimas notícias. E aqui cabe destacar
dois pontos que ficaram um pouco à margem, mas que podem ser decisivos no médio
e longo prazo:
1)
A saúde financeira do clube: o processo de reestruturação financeira, pelo qual
o clube vem passando desde 2013 e que já apresentou bons resultados em 2015 e 2016,
com a nossa maior capacidade financeira de investimentos foi mantido em 2017, e
os números são excelentes. Quase R$ 100 milhões da dívida com o Paulo Nobre
foram pagos no último ano reduzindo a dívida pra valores próximos a R$ 30
milhões que devem ser liquidados ainda no primeiro trimestre de 2018. O clube
elevou suas receitas para valores acima de R$ 500 milhões e apurou até Nov/2017
um superávit de R$ 56 milhões que, só não é maior, justamente porque o clube
usou boa parte dos recursos para quitar suas dívidas antigas. E o mais
importante, ao contrário do que muito se fala, o clube possui uma boa
diversidade em suas fontes de receita, não sendo dependente de nenhuma delas, o
que assegura ao clube uma maior estabilidade financeira no médio prazo.
2)
As divisões de base: um dos grandes problemas do Palmeiras sempre esteve
relacionada ao baixo número de jogadores revelados na base. A reestruturação
iniciada no segundo mandato do Paulo Nobre também começa a dar frutos e não
falo apenas pelos expressivos resultados como os títulos sub-11, Sub-15 e
sub-20, mas também pelo alto número de jogadores convocados para as seleções de
base, especialmente, as seleções sub-15 e sub-17. Alguns jovens já começam a se
destacar e ter seus nomes conhecidos pela imensa torcida palestrina, cabendo a
ressalva do cuidado que se deve ter no momento de transição e integração ao
time profissional.
Portanto,
agora é o momento de termos tranquilidade e saber conduzir com calma todas as
situações que venham a ocorrer neste ano. Somos, sem dúvidas, o time mais
estruturado do Brasil, seja em termos de elenco, material humano, estrutura
física, ou em termos de administração e situação financeira. O momento é de
trabalharmos juntos para que tudo isso que ocorreu no último ano seja aproveitado
positivamente em prol de um 2018 alviverde.
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