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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A tão visada relação Palmeiras-Crefisa

Por Mauro Ruy de Almeida

Arrisco a dizer que poucas vezes na história do futebol brasileiro uma parceria entre um clube de futebol e seu patrocinador foi tão discutida, investigada, questionada e debatida diariamente nas inúmeras mesas redondas tão abundantes nos canais esportivos. Dia sim e dia também está lá a patrocinadora sendo pauta de intensos debates, alguns deles sem qualquer nível de seriedade, e o mais incrível é que até isso tem um lado positivo, pois a empresa que assinou um contrato para ter sua marca exposta na camisa do Palmeiras acaba tendo seu nome divulgado "gratuitamente" e com uma exposição ainda maior que a planejada.

Créditos: César Greco / Ag. Palmeiras/ Divulgação
No entanto, tantas dúvidas, questionamentos e investigações por órgãos competentes acabaram detectando uma irregularidade nos moldes do contrato firmado, exclusivamente, para aporte de recursos visando a aquisição de jogadores. Conforme divulgado amplamente em todos os veículos da mídia esportiva, quando o Palmeiras solicitava apoio da Crefisa para a aquisição de jogadores, a empresa fazia o aporte e classificava em seu controle contábil como uma despesa com marketing o que acabava reduzindo o lucro, e, portanto, reduzia os impostos sobre os lucros da empresa. Porém, como no contrato o  Palmeiras assegurava a devolução do valor quando da venda do jogador, a Receita Federal entende que, tal valor, deveria ser classificado como empréstimo e não como despesa, e com isso a Crefisa estava pagando um imposto à menor, ou seja, menos do que o valor real devido aos cofres da união.
 
Diante disso, clube e patrocinador refizeram o contrato, corrigiram os lançamentos e a patrocinadora arcou com a multa aplicada pela Receita referente aos anos de 2015 a 2017. O caso já é visto como página virada, sendo que agora toda essa operação encontra-se totalmente regular e aprovada. Entretanto, neste novo modelo o Palmeiras fica mais exposto, pois diferente do primeiro acordo onde o patrocinador assumiria o prejuízo caso o jogador fosse vendido por um valor menor que o investido, nesse novo contrato cabe ao Palmeiras devolver todo o valor aportado para aquisição do jogador e caso a venda seja inferior ao investimento, o clube deverá pagar a diferença. Com isso, o clube passa a ter em seu balanço um total de empréstimos da ordem de R$ 120 milhões, com o qual deve lidar nos próximos anos. Cabe salientar que a dívida somente será cobrada após o encerramento do contrato do jogador com o Palmeiras, ou quando ocorrer a venda do atleta, momento a partir do qual o clube terá o prazo de dois anos para quitar o débito.

Créditos: Sportv / Divulgação: Redação Sportv e Sportv.com
Em minha opinião, apesar da mudança contábil que implicará em um maior risco ao Palmeiras, vejo essa mudança com um aspecto bem positivo, pois acredito que tornará a operação mais transparente sobre como será feita a devolução do valor já que os jogadores são 100% do Palmeiras. Afinal, esse era o principal questionamento sobre o contrato de patrocínio, pois todas as vezes em que a Leila Pereira ou o Maurício Galliote eram questionados acerca dos investimentos feitos em jogadores, a resposta era meio protocolar, aparentemente, ensaiada: "A Crefisa compra áreas pra exposição de suas marcas e recebe como retorno o direito de uso da imagem dos atletas". Vale ressaltar que o modelo adotado, neste momento, é completamente diferente dos tempos da Parmalat no Palmeiras e Unimed no Fluminense, já que, atualmente, a FIFA veta a participação de terceiros em percentual de jogadores, bem como participação no lucro decorrente da venda dos mesmos.

Considerando ainda que sou mais conservador, contabilmente falando, e que até então precisávamos aguardar a publicação das demonstrações financeiras consolidadas além das notas explicativas para entender melhor a movimentação, acredito que, a partir de agora, vai ficar mais claro, embora aumente nossa dívida bancária decorrente da reclassificação das contas. Em resumo, o modelo Palmeiras-Crefisa para contratação de jogadores, agora, é o mesmo modelo usado pelo Paulo Nobre quando da aquisição do Allione, Cristaldo, Mouche, Tobio e Mina. Assim, acredito que o clube irá pensar melhor na hora de buscar ajuda junto ao patrocinador e será mais prudente visando evitar um aumento nas dívidas do Palmeiras.

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